4 de out. de 2010

A Trilha Sonora, por Dado Villa-Lobos

“Trabalhei com Flávio (Ramos Tambellini) no seu primeiro filme como diretor, Bufo & Spallanzani, e a relação foi imediata, superpositiva. A trilha, que era a minha primeira, acabou sendo premiada em festivais. No ano passado (2009) veio o convite para trabalhar na trilha do Malu de Bicicleta, do Marcelo Rubens Paiva, escritor do livro e amigo de longa data. A empatia foi imediata. Uma história clássica e divertida comédia romântica do eixo Rio - São Paulo. 

A leitura do roteiro trouxe de imediato o insight para o primeiro tema que, pensei logo, encerraria o filme. Uma canção melancólica estranha, batizada Eu sou mais eu, tema da redenção do protagonista, um solitário Don Juan arrependido. Achei que tinha acertado na mosca e encaminhei a ideia para o Flávio (Tambellini), que logo pediu: "pelo amor de Deus!, não podemos terminar o filme nesse baixo astral!". Depois de algumas conversas veio a luz. Ah! Entendi, sensacional, a ideia seria uma canção pop, disco, Lady Gaga, pra cima. Foi então que veio o refrão "rave, rave, rave de amores por aí", de uma nova canção, Fugitivo Coração, que encerra o filme com a surpreendente interpretação de Fausto Fawcett em super estilo Leonard Cohen pós-moderno. 

Foi assim que começou o trabalho musical do filme: pelo final, de trás pra frente. O Flávio (Tambellini) desenhou a dinâmica da trilha seguindo a psique do protagonista: sedutor implacável, o poligâmico Luiz (Marcelo Serrado) que vai do eufórico ao esquizofrênico ao longo dos 90 minutos do filme. Um trabalho de composição muito divertido, dinâmico e coerente com as situações mais cômicas e dramáticas da história, temas de amor rasgado, mistérios introspectivos, alucinações rompantes, amor e traição, temas que vêm dar força a uma história muito bem contada e tão próxima de todos nós.” – Dado Villa-Lobos

Fonte: pressbook, por Palavra! Assessoria em Comunicação.

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